Sempre que falamos de videogames, dois grandes países vem a nossa mente: Estados Unidos e Japão. Porém, isso não quer dizer que outros mercados, como o Europeu, não tenham suas próprias histórias de sucesso. Infelizmente este não é o caso do Amiga CD³², que vamos conhecer no post de hoje.
Antes de falarmos sobre o Amiga CD³², é necessário falar um pouco sobre a história da empresa que o criou, a Commodore. Conhecida no ramo dos computadores por sucessos como o Commodore 64, Vic-20, PET e toda sua linha de computadores Amiga, ela sempre teve uma grande base estabelecida no continente europeu, onde IBM PC’s e outras maquinas japonesas eram caras e de difícil acesso. Com essa base estabelecida, a Commodore (que já havia visto um relativo sucesso no mundo dos games com o Commodore CDTV, baseado no Amiga 500 e o computador Commodore 64) achou que seria uma boa ideia trazer ao mercado um console baseado em uma de suas maquinas mais avançadas na época, o Amiga 1200, para competir com gigantes como Sega e Nintendo, o que deu origem ao Amiga CD³².

Oferecido como o primeiro console 32-Bits da história (titulo que pertence ao FM Towns Marty, lançado meses antes, porém exclusivo do mercado japonês) o Commodore CD³² foi lançado em setembro de 1993 no oeste europeu e mais tarde na Austrália, Brasil e Canada. O console tinha um preço inicial de £299 e foi o aparelho de CD-Rom mais vendido no natal de ’93.
Por fora, o Amiga CD³² era um aparelho curioso, com design que lembra o seu principal concorrente, o Sega-CD (Mega-CD na Europa), contava com saída para fones de ouvido frontais, conectores RCA, coaxial, S-Video e uma porta de expansão para transforma-lo em um verdadeiro Amiga 1200. Por dentro ele era alimentado por uma CPU Motorola 68EC020, 2 MB de ram, áudio PCM e resolução de 320×200 (NTSC) e 320×256 (PAL). Um dos aspectos mais estranhos do CD³² era o formato de seu controle, que não parece ser nada prático e apresentava problemas com seu direcional. Um outro aspecto negativo era a sua pequena memória para save interna, o que fazia com que os jogos tivessem que usar passwords.
Por ser apenas uma versão levemente modificada do Amiga 1200, os jogos podiam ser facilmente portador para o CD³², o que fez com que ele recebesse um grande numero de títulos que já existiam no mercado. O console já vinha de fábrica com 2 games: Diggers, jogos similar a Lemmings mas sem ser tão divertido quantos e Oscar, um plataformer genérico que já havia sido lançado para o Amiga, MS-DOS e SNES. Ao todo foram lançados aproximadamente 183 jogos para o console (a lista completa pode ser encontrada aqui), valendo citar: Zool 2, Flink, Dark Seed, Dangerous Streets, Syndicate e The Chaos Engine.
Infelizmente, a mesma questão que fez o CD³² receber tantos jogos, foi também o que provocou a sua ruína. Ele não possuía nenhum software exclusivo ou que justificasse a compra do aparelho, e o surgimento do Playstation foi o que colocou um fim definitivo no console, que foi descontinuado em 1994 seguido da falência da Commodore. Apesar de ter sido um ‘fracasso’, o console vendeu apenas na Europa, aproximadamente 100,000 unidades.
*Curiosidades: O console nunca foi lançando no mercado norte-americano por conta de problemas com patentes da Commodore.
Deixe um comentário